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QAnon e as eleições brasileiras

  • Foto do escritor: VOBISCUM
    VOBISCUM
  • 1 de out. de 2022
  • 3 min de leitura

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Importada dos EUA, teoria da conspiração se espalha pelo mundo e tem representantes nas eleições municipais brasileiras. Oriundas do submundo da internet, as mentiras atacam adversários com acusações de pedofilia e "satanismo". Alguns candidatos já mostraram este tipo de identidade.


Não é preciso muito esforço para lembrar os boatos que buscam envolver a esquerda com a pedofilia ou o satanismo. Vimos isso em 2018, com ataques a Haddad, e neste ano, em um tweet de Bolsonaro. Mas isso tudo pode ser só a ponta de uma rede de mentiras fundada em uma teoria da conspiração chamada QAnon. A chegada das eleições no Brasil requer atenção especial a esse fenômeno.


O nome ainda pode soar estranho para muita gente mas o QAnon, surgido nos Estados Unidos, já se espalha pelo mundo e preocupa o Facebook e o Twitter. Em essência, a teoria defende que políticos considerados de esquerda, como Hilary Clinton e Barack Obama, controlavam o governo dos EUA para operar redes de pedofilia e satanismo. Segundo essa grande mentira, Trump se candidatou à presidência em 2016 para frear isso.


O QAnon espalha muitas teses absurdas e está prestes a eleger um representante no Congresso estadunidense. Não tem líderes e esconde-se no anonimato, mas tem uma missão clara, pautada na mentira: acabar com um diabólico projeto de uma elite pedófila, que inclui, entre outros, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o papa, Xuxa e Angelina Jolie. O tal "plano maligno" quer destruir a civilização judaico-cristã e traficar crianças que são estupradas e assassinadas secretamente.


Lembram de Bolsonaro falando em “cristofobia”? E das falsas acusações de pedofilia ao youtuber Felipe Neto? Parece que aqui no Brasil as ideias do QAnon ganharam contornos particulares, adaptando-se a temas do momento. No final de setembro, circulou a mentira de que o Exército descobriu fazendas ligadas ao tráfico infantil e à extração de minérios na Amazônia, comandados por ONGs que compraram a região no governo Lula.


Os conspiracionistas do QAnon têm se espalhado, chegaram a Alemanha, Holanda, Reino Unido, Itália. Nos EUA seguem crescendo, conquistando jovens e mulheres brancas da periferia. Para combater fake news, Facebook e Twitter decidiram eliminar todas as páginas ligadas ao grupo. No YouTube, diversos vídeos ainda defendem a teoria da conspiração.


No Brasil, há pelo menos quatro candidatos a vereador em quem é preciso prestar atenção nestas Eleições, como identificou o The Intercept Brasil. Alan Lopes (PSD-RJ) é um dos que mais espalham mentiras ligadas às ideias do QAnon. Ele faz referências a uma Operação Storm, operação militar inventada pelo QAnon, que lutaria contra redes internacionais de pedofilia satanistas. Eduardo Bolsonaro também já fez referência à operação e a ministra Damares Alves (apelidada de Damares Storm por bolsonaristas) é apontada como uma das responsáveis por trazê-la para o Brasil.


NOTA IMPORTANTE: O Satanismo não é uma religião que se confunde com alguma ideologia política, nem orienta a ninguém a adotar alguma posição política específica. Como individualistas natos, os Satanistas devem buscar a filosofia política que melhor se encaixa em seus objetivos pessoais. Pragmatismo em política (como em tudo o mais) é palavra de ordem no Satanismo! Porém, existem alguns pontos geralmente considerados pacíficos entre nós: rechaçamos qualquer tentativa de misturar Religião e Estado, como nas tentativas de fundamentalistas cristãos aprovarem leis que sacrifiquem a liberdade religiosa e pessoal daquelas pessoas que felizmente não pensam como essa escória; tentativas por sinal frequentemente vistas no atual contexto político-partidário brasileiro, conseqüência de um Estado pseudo-laico e de uma sociedade mergulhada em um frágil secularismo. Também apoiamos em conjunto o exercício da meritocracia e da plena liberdade individual em nossa sociedade.

 
 
 

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✠In Nomine Dei Nostri Satanas Luciferi Excelsi✠

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