Perguntas freqüentes sobre o Satanismo.
- VOBISCUM

- 3 de mar. de 2020
- 9 min de leitura

Este F.A.Q. (Frequently Asked Questions) foi criado, não para justificar ou revelar algo, não para comparar crenças ou provar quem está certo, mas para ajudar a acabar com a ignorância que envolve o Satanismo. No Satanismo, à semelhança de qualquer outra ideologia, o que a torna diretamente "boa" ou "má" não é a sua filosofia, mas sim as pessoas que se dizem suas seguidoras. A história está cheia de exemplos de más interpretações, por isso antes de tecer juízos de valor, informe-se. Exerça o seu direito à inteligência.
Julgar alguém pelas suas crenças, pela sua procedência, pela sua árvore genealógica e/ou
família, cor ou até mesmo gosto musical, é preconceito ignorante. Quando uma pessoa o faz reúne tudo o que alguém, ou um grupo, fez de estúpido e desagradável aplicando-o a uma população inteira apenas porque esta apresenta traços físicos semelhantes ou porque esta compartilha aparentemente das mesmas idéias. O Satanista não julga a pessoa pela sua cor, raça ou estatuto social, mas sim pelas suas ações, pelos seus feitos, a sua honra e a sua inteligência. Não deverá o Cristão, o Judeu, o Muçulmano ou qualquer outro ter o bom
senso de fazer o mesmo?
I. O QUE É SATANISMO?
O Satanismo pode ser considerado uma filosofia de vida. Se o despir dos seus simbolismos, rituais, celebrações e dogmas, terá um conjunto de "bases" que acima de tudo exaltam o "deus" que existe dentro de cada um de nós, sejamos Satanistas ou não.
Satanistas são aparentemente em muitos aspectos pessoas normais como a grande maioria em nossa sociedade: estudam, trabalham, criam filhos, pagam impostos, amam e odeiam (mas não negam hipocritamente este fato). Porém o que difere o satanista do rebanho, é que ele mesmo é seu próprio deus e único responsável pelo seu sucesso e fracasso, assim ele se lança em busca do melhor para si e para aqueles que lhe são caros. O Satanista busca seu prazer e realização individual sem culpas ou restrições, desde que seja observada a responsabilidade e a consensualidade (no caso dessas buscas envolverem a participação de outros indivíduos); ele busca também desenvolver ao máximo seus talentos e potencialidades. O Satanista é livre e tem orgulho de ser a espécie rara que é neste mundo.
II. SATANISMO É “DO MAL” ?
Essa concepção de "Bem" e "Mal" absolutos se desenvolveu em um contexto cultural específico, a saber, a civilização ocidental, e sua imposição a uma sociedade desenvolvida sob influência de outra cultura, ou a uma sociedade moderna com pretensão de ser multicultural, consiste em uma asneira sem tamanho, pelo simples fato de que diferentes culturas possuem diferentes concepções do que seja "bom" e do que seja "mau". Há séculos a sociedade ocidental, dita "civilizada", cultiva sua arrogância moral com o pedantismo de quem cultiva lírios, e frequentemente é incapaz de resistir à tentação de impor sua moral a outros povos, ignorando completamente o contexto cultural no qual estes estão inseridos. A isso chamamos fascismo colonizador.
Há séculos os "civilizados" ocidentais oprimem povos ao redor do mundo, impondo, sob a força das armas e da lavagem cerebral religiosa, sua concepção moral pretensamente virtuosa e irrepreensível, destruindo, com isso, culturas milenares, e substituindo-as por paródias grotescas da sua própria cultura "civilizada". O resultado é o completo desmantelamento das identidades culturais nativas, com efeitos colaterais com potencial para eliminar quaisquer possibilidades de desenvolvimento futuro desses povos.
O Satanismo é gravemente estigmatizado por se tratar de uma religião que representa o exato oposto do Cristianismo. Igrejas cristãs, ou "centros de doutrinação", pintam o satanismo como uma manifestação excepcionalmente "má" há milênios. Entretanto, não pode haver engodo maior. Se for verdade que as práticas fomentadas pela religião cristã não são necessariamente "boas", a recíproca é verdadeira quando afirmamos que as práticas fomentadas pela religião satânica não são necessariamente "más". Qualquer análise acerca das práticas e tradições satanistas só poderá ser considerada legítima se for uma análise imparcial, ou seja, uma análise baseada única e exclusivamente nos princípios satanistas.
Se é verdade que uma determinada prática só pode ser legitimamente analisada e compreendida segundo a perspectiva da cultura que a promove, e que os conceitos de "bem" e "mal" são relativos, fica bastante claro que o Satanismo não prega necessariamente o "Mal". Apenas pessoas sem conhecimento da tradição satanista chegam a essa conclusão preconceituosa, geralmente sob influência direta de doutrinação de igrejas cristãs.
III. SATANISTAS QUEREM DOMINAR O MUNDO?
Não. O Satanismo não se encontra em posição antagônica à cristã por constituir adoração ao seu eterno adversário, mas porque o Satanismo representa liberdade filosófica e espiritual, individualismo e criatividade, enquanto que o Cristianismo prega obediência a um deus onipotente e ao seu filho carnal que veio à Terra, sem que os seus seguidores possam sequer questionar ou argumentar contra as causas e motivos dessa obediência. O Cristianismo é em essência a negação da verdade do Homem.
IV. SATANISTAS SACRIFICAM CRIANÇAS E ANIMAIS?
Não. Assassinato, sacrifícios, crimes e delitos diversos, não fazem nem jamais fizeram parte das legítimas cerimônias satânicas, ao contrário de religiões monoteístas como o cristianismo e o islã que, em nome de seu deus único (que eles não podem provar a ninguém que este exista), por séculos vem promovendo guerras, distúrbios, alienação mental e terríveis prejuízos à consciência de milhões de pessoas ao redor do mundo. O verdadeiro Satanismo defende a lei, a ordem e a responsabilidade individual em nossa sociedade.
V. SATANISTAS ACREDITAM EM DEUS?
Para o Satanista, Deus, o Diabo, Anjos e Santos não passam de fragmentos da personalidade de cada um. Quando alguém exterioriza esse "Deus" ou "Diabo" o que está a fazer é deixar a sua majestade natural de lado para adorar idéias que não são suas, e de maneira indireta adorar a pessoa que criou essas idéias. Ou seja, o Satanismo não é a adoração do Diabo ou uma versão oposta ao Cristianismo, mas sim a exaltação do "Eu". A fuga de padrões pré-estabelecidos para a criação dos seus próprios padrões, criados por si para si: numa palavra, individualismo.
VI. SATANISTAS VENDEM SUA ALMA PARA O DIABO?
O nosso pacto não é sobre riqueza ou fama, muito menos de concessão de boa vida a ninguém. São coisas que todos nós desejamos evidentemente, mas não irão conseguir isso fazendo simplesmente um pacto e oferecendo em troca as suas almas, pelo menos não no Satanismo Real.
O nosso pacto é o primeiro passo, a condição para ser aceito no Satanismo, o que vai dar o sucesso ou o fracasso no pacto é a sua continuidade, o seu entendimento, a sua lealdade ao caminho escolhido e para isso deve seguir o que ensinamos. A questão não é apenas fazer um pacto, é se tornar um Satanista verdadeiro, aplicar na sua vida os nossos ensinamentos, nossos rituais e nossas práticas pois de nada serve a teoria se não for aplicada na prática.
A proposta de Satanás através do Satanismo é a sua evolução espiritual e material, a mudança em sua vida e em você como pessoa, mas toda evolução é gradual, é progressiva, nada muda da noite para o dia e você deve fazer a sua parte para que Satanás faça a dele pois um pacto é um contrato e todo contrato é bilateral, ou seja, ambas as partes tem direitos e deveres a serem respeitados e seguidos.
Não percam o seu tempo me escrevendo e oferecendo as suas almas em troca de riqueza ou do que quer que seja, pois não somos compradores de almas e muito menos mercadores de ilusão. Nada do que fazemos é cobrado sob qualquer pretexto o que não significa que seja gratuito, que a pessoa não tenha que fazer nada em troca do que deseja. Como eu disse há regras a serem seguidas, pois nada prospera sem disciplina e hierarquia.
VII. SATANISTAS VÃO À IGREJA?
O Satanismo opõe-se a qualquer adoração a um deus ou uma divindade exterior. Esta oposição estende-se a crenças onde se adora um deus pai e uma deusa mãe; um deus pelo qual se pode cometer crimes, terrorismo, massacres e fazer guerras santas; ou qualquer outra crença (a imaginação humana criou centenas de mitos e deuses) em que se deixe de parte o Humanismo e se criem alvos de adoração divina. No Satanismo cada ser vivo é o seu próprio deus e governante, cada um é responsável pelos seus actos e o seu modo de ser. Cada um é o seu próprio sacerdote, salvador e deus.
VIII. SATANISTAS CURTEM SOMENTE ROCK?
A princípio pode parecer, sobretudo para o sujeito mal-informado, mas isto não condiz com a realidade da maioria que faz e ouve esse tipo de música. De fato, há alguns satanistas valorosos e talentosos tocando black metal, expressando seu self através desta música (eu mesmo gosto de black metal), mas são realmente muito poucos a serem considerados. A maioria dos que fazem e escutam esse tipo de música são uns degenerados, dementes e perdedores tanto quanto os fanáticos de Jesus que eles presumem combater. Chega de pseudosatanismo!
Chega de estupidez, de atitudes sem sentido como blasfêmias gratuitas e queima de igrejas!
IX. SATANISTAS SÃO DE ESQUERDA OU DE DIREITA?
De nenhum dos dois. O Satanismo não é uma religião que se confunde com alguma ideologia política, nem orienta a ninguém a adotar alguma posição política específica. Como individualistas natos, os Satanistas devem buscar a filosofia política que melhor se encaixa em seus objetivos pessoais. Pragmatismo em política (como em tudo o mais) é palavra de ordem no Satanismo! Porém, existem alguns pontos geralmente considerados pacíficos entre nós: rechaçamos qualquer tentativa de misturar Religião e Estado, como nas tentativas de fundamentalistas cristãos aprovarem leis que sacrifiquem a liberdade religiosa e pessoal daquelas pessoas que felizmente não pensam como essa escória; tentativas por sinal frequentemente vistas no atual contexto político-partidário brasileiro, conseqüência de um Estado pseudo-laico e de uma sociedade mergulhada em um frágil secularismo. Também apoiamos em conjunto o exercício da meritocracia e da plena liberdade individual em nossa sociedade.
X. SATANISTAS PRATICAM MAGIA NEGRA?
Não há nenhuma diferença entre magia “branca” e “negra”, exceto na hipocrisia pessoal, justiça baseada na culpa e autoilusão do mago “branco” em relação a si mesmo. Na clássica tradição religiosa, a magia “branca” é realizada com propósitos altruístas, benevolentes e bons, enquanto a magia “negra” é usada para o autoengrandecimento, poder pessoal e propósitos demoníacos. Ninguém sob a Terra promoveu estudos ocultos, metafísicos, iogues ou outro qualquer conceito “divino”, sem a gratificação do ego ou poder pessoal como objetivo. Justamente acontece que algumas pessoas preferem usar cilício, enquanto outras preferem usar veludos ou seda. O que é prazeroso para um, é aflitivo para outro, e o mesmo se aplica quanto ao “bem” e ao “mal”. Cada praticante de feitiçaria está convencido de que ele ou ela está fazendo a coisa “certa”.
O que nós, Satanistas, realmente praticamos é a arte de aproveitar a vida com refinamento. Alta e Baixa Magia podem e devem ser utilizadas de acordo as nossas vontades. Temos nossos próprios rituais mágicos e cerimoniais para diversas finalidades tais como: luxúria, compaixão, destruição, dentre outros, ou diversas combinações desses elementos.
XI. SATANISTAS ODEIAM CRISTÃOS?
Antes de sermos contrários a qualquer coisa, nós somos ativamente pró-Satanismo, essa deve ser a principal questão a ser levada em conta nessa pergunta. Isto quer dizer que somos favoráveis ao individualismo e livre-arbítrio dos indivíduos, e contrários a tudo ou a todos que a isso se opuserem. Satanás tem sido associado ao longo da história como oposição aos valores morais judaico-cristãos, e, podemos afirmar que realmente nós desprezamos tais valores na medida em que não compactuamos com nenhuma de suas características marcantes: seu coletivismo (nós não amamos a todos sem distinção), sua renúncia à vida presente e crença em paraísos fantasiosos, sua mediocridade, seu doutrinamento, a castração de corpos e mentes; além do simples fato de não acreditarmos que somos obrigados a crer em seu deus tirânico, deus que os fanáticos querem nos fazer engolir goela abaixo.
O cérebro geralmente mediano de um cristão não nos incomoda, mas nos resguardamos em nosso direito de autodefesa (de acordo as leis vigentes em nosso país) contra todos aqueles que se meterem conosco.
XII. SATANISTAS SÃO PRECONCEITUOSOS?
Ao contrário dos preconceitos alimentados pelas massas e outras religiões, nós Satanistas em geral não temos problema algum com a cor da pele, tipo físico, orientação sexual, ou profissão dos indivíduos, não existindo restrições dessa ordem no Satanismo. Mas embora não nos pautarmos pelo senso comum vigente em sociedade, não suportamos a estupidez, ignorância e irresponsabilidade do rebanho de imbecis. Satanistas são pessoas seletivas e orgulhosas. Nossa filosofia religiosa é declaradamente elitista, o que não deve ser inocentemente entendido apenas como riqueza material, mas também pelo alcance da maestria pessoal e erudição tão em falta na degenerada sociedade de consumo atual. Como já ressaltado anteriormente: buscamos o melhor para nossa auto-gratificação sem restrições ou culpas.
XIII. COMO ME TORNAR UM SATANISTA?
Sendo uma filosofia de vida, uma pessoa não se "converte" ao Satanismo, ela nasce satânica e depois descobre-se Satanista. Não se pode mudar as crenças pessoais de alguém de um momento para o outro. Se a pessoa já tiver os seus princípios “formados”, o seu código moral, estes irão acompanhá-la por toda a sua vida. Durante esse tempo vários novos conceitos serão acrescidos, novos pontos de vista surgirão para substituir ou complementar os já existentes.
A base dos princípios filosóficos pessoais de alguém permanecerá a mesma. Por isso é que não se pode converter alguém ao Satanismo. Ou a pessoa nasce Satanista ou não. É por isso que ninguém “se torna” um Satanista, apenas descobre que existem outras pessoas que pensam de igual forma e assumirão para si um rótulo. Chocante, é certo. Mas só à luz dos dogmas religiosos dominantes. Concluindo, ser Satanista é reconhecer que não existe nada mais poderoso e sagrado do que o Homem. Que a "grandiosidade" e o "poder" de uma pessoa são medidos pelas suas ações, o seu sucesso e a sua honra, e que todo tipo de vida é sagrado. Amar aqueles que mereçam esse amor, respeitar aqueles que ganharam esse respeito, ajudar quem o ajudaria e desprezar aqueles que o desprezam; em vez de fingir que se preocupa com quem não é digno da sua estima.



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