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O Satanismo não prega o "Mal". Você é que foi doutrinado pela Igreja!

  • Foto do escritor: VOBISCUM
    VOBISCUM
  • 3 de mar. de 2020
  • 4 min de leitura

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"Bem" e "mal" são conceitos relativos. A ideia de que existem práticas intrinsecamente "boas" e práticas intrinsecamente "más" foi disseminada por cristãos fundamentalistas, com o objetivo de doutrinar fiéis incautos, e promover a religião cristã como a única representante do bem e da verdade.


Amar e respeitar o próximo, não cometer assassinato, não roubar, não mentir com o intuito de prejudicar outrém e obter vantagens indevidas, não adulterar, honrar os pais, e outras bobagens conservadores do tipo, são apresentadas pela doutrina cristã como atitudes essencialmente "boas", enquanto seus opostos são "demonizados" e considerados "maus".


Essa concepção de "bem" e "mal" absolutos se desenvolveu em um contexto cultural específico, a saber, a civilização ocidental, e sua imposição a uma sociedade desenvolvida sob influência de outra cultura, ou a uma sociedade moderna com pretensão de ser multicultural, consiste em uma asneira sem tamanho, pelo simples fato de que diferentes culturas possuem diferentes concepções do que seja "bom" e do que seja "mau". Há séculos a sociedade ocidental, dita "civilizada", cultiva sua arrogância moral com o pedantismo de quem cultiva lírios, e frequentemente é incapaz de resistir à tentação de impor sua moral a outros povos, ignorando completamente o contexto cultural no qual estes estão inseridos. A isso chamamos fascismo colonizador.


Há séculos os "civilizados" ocidentais oprimem povos ao redor do mundo, impondo, sob a força das armas e da lavagem cerebral religiosa, sua concepção moral pretensamente virtuosa e irrepreensível, destruindo, com isso, culturas milenares, e substituindo-as por paródias grotescas da sua própria cultura "civilizada". O resultado é o completo desmantelamento das identidades culturais nativas, com efeitos colaterais com potencial para eliminar quaisquer possibilidades de desenvolvimento futuro desses povos.


Enterrar vivos os bebês nascidos com algum tipo de deficiência; enterrar viva a esposa de um marido falecido, junto com o defunto; sacrifício ritual de inimigos de guerra; embarcar idosos em jangadas para morrer nos mares gelados do ártico; canibalismo; entregar os defuntos para serem devorados por abutres; "emprestar" a noiva para os amigos e familiares desfrutarem da noite de núpcias; cuspir em bebês recém nascidos como forma de "boas vindas" ao mundo; mutilação genital de meninas; amputação genital completa de meninos; casamento de adultos com crianças; amputação de membros de criminosos acusados de roubo; pena de morte pelo crime de homossexualismo; etc, etc, etc. Essas são apenas algumas das práticas tradicionais de diversas culturas ao redor do mundo que foram praticamente extintas, ou ao menos estigmatizadas e moralmente condenadas, pelos cristãos colonizadores fascistas. Nenhum estudo sociológico foi conduzido antes da condenação de tais práticas, e de sua classificação como "más". Nenhum profissional formado na área participou dos debates que levaram os cristãos fundamentalistas a condenarem tais práticas. Foi tudo levado a cabo de maneira absolutamente parcial, levando-se em conta apenas uma perspectiva moral, o ponto de vista do opressor: a religião cristã.


Tais práticas podem parecer excêntricas à primeira vista, porém são naturalmente compreendidas por pessoas formadas na área. A classificação de uma determinada prática como "boa" ou "má" depende, inexoravelmente, de uma profunda análise do contexto cultural tradicional da região onde tal prática ocorre. Classificar uma prática cultural exótica como "má" usando como métrica uma tradição cultural alheia, em especial a tradição ocidental, notoriamente opressora, patriarcal, xenófoba, plutocrática, homofóbica, etc, é uma asneira sem tamanho, uma bobagem conservadora, coisa de gente que não é formada na área, e que contribui para reforçar estereótipos racistas e elitistas, além de fomentar a intolerância e a discriminação.


Várias religiões vem sofrendo perseguição há séculos, perseguição esta que se caracteriza pela sua natureza racista, intolerante e discriminatória, em especial o islamismo, a religião da paz, cujos membros tem sido estigmatizados ao longo das últimas décadas pelo fato de defenderem sua visão de mundo de maneira pouco usual para os ocidentais, "bárbara", segundo alguns xenófobos, mas absolutamente legítima desde um ponto de vista não parcial, não racista, não intolerante, não discriminatório, não fascista. Legítima segundo o ponto de vista do próprio islã, para ser mais claro. E não poderia ser diferente. Uma prática cultural, no caso, explodir prédios com aviões em nome de Alá, só pode ser legitimamente analisada e compreendida segundo a perspectiva da cultura que promove tal prática. Apenas pessoas sem o conhecimento adequado da cultura islâmica (gente que não é formada na área) criticam as peculiares manifestações culturais islâmicas. Criticam por ignorância. Criticam porque não compreendem.


Porém, se o islã é a religião mais perseguida na atualidade, outra tradição religiosa milenar tem se tornado o alvo preferencial da intolerância religiosa fundamentalista nos últimos tempos: o satanismo.


O satanismo é gravemente estigmatizado por se tratar de uma religião que representa o exato oposto do cristianismo. Igrejas cristãs, ou "centros de doutrinação", como costumo me referir a elas, pintam o satanismo como uma manifestação excepcionalmente "má" há milênios. Entretanto, não pode haver engodo maior. Se é verdade que as práticas fomentadas pela religião cristã não são necessariamente "boas", a recíproca é verdadeira quando afirmamos que as práticas fomentadas pela religião satânica não são necessariamente "más". Qualquer análise acerca das práticas e tradições satanistas só poderá ser considerada legítima se for uma análise imparcial, ou seja, uma análise baseada única e exclusivamente nos princípios satanistas.


As práticas promovidas em rituais de adoração satânica, como sacrifícios de bebês e jovens virgens a Moloch, orgias sexuais com subjugação, humilhação, mutilação e assassinato de iniciados, consumo de sangue humano, profanação de túmulos, necrofilia (sexo com cadáveres), canibalismo com os cadáveres de pessoas sacrificadas, etc, são classificadas como "más" por cristãos fundamentalistas, porém esta é uma posição discriminatória e intolerante, que ignora uma tradição milenar, e a julga de maneira indevidamente parcial.


Se é verdade que uma determinada prática só pode ser legitimamente analisada e compreendida segundo a perspectiva da cultura que a promove, e que os conceitos de "bem" e "mal" são relativos, fica bastante claro que o satanismo não prega necessariamente o "mal". Apenas pessoas sem conhecimento da tradição satanista chegam a essa conclusão preconceituosa, geralmente sob influência direta de doutrinação de igrejas cristãs.


Todas as críticas ao satanismo e às suas práticas tradicionais são asneiras sem tamanho, bobagens conservadoras, coisa de gente que não é formada na área. Enfim, preconceito de uma direita delirante.


Texto por Leandro Banal

 
 
 

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✠In Nomine Dei Nostri Satanas Luciferi Excelsi✠

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