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A insana (e cruel) história de "Matota e Marata"

  • Foto do escritor: VOBISCUM
    VOBISCUM
  • 27 de ago. de 2020
  • 4 min de leitura

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Histórias envolvendo sacrifícios humanos sempre produzem perplexidade. É muito difícil encontrar explicações racionais para algo que parece romper com aquilo que nos torna civilizados. O caso “Matota e Marata” é um exemplo dessas histórias que rompem com a razão e são difíceis de serem assimiladas. A trágica história envolve a morte de crianças e a total incapacidade de reação de seguidores de uma seita diante do sacrifício de seus filhos.


No ano de 1975, José Maurino Carvalho, conhecido como Matota, e sua companheira Maria Nilza Oliveira Pessoa, conhecida como Marata, se mudaram para o povoado de Barra, distrito rural de Mundo Novo, na Bahia. Matota começou a se apresentar como pastor, porém não foi aceito nas igrejas evangélicas da região, pois dizia ser o único líder escolhido por Deus. Diante da dificuldade em alcançar seguidores no povoado, ele passa a fazer pregações na Fazenda Havana. Ali se dirige a trabalhadores da fazenda, falando em nome de Deus e defendendo princípios morais que, segundo ele, faziam parte dos desígnios divinos, fundando uma comunidade chamada “Universal Assembleia dos Santos” e pregando o abandono das obrigações mundanas, como o casamento civil e o voto, e a total obediência aos princípios por ele defendidos.


De sua união com Maria Nilza, nasceu uma criança a quem passaram a chamar de Morotó e, embora ela tivesse o órgão sexual feminino, José Maurino não permitia que ninguém dissesse que era uma menina. De acordo com ele, Deus lhe havia dito que eles teriam um filho homem, nascido com três dons divinos: a sabedoria, a ciência e a fé. Para ele, Morotó, portanto, não era mulher, mas, sim, um homem que havia sido castrado por Deus dentro da barriga da mãe, de modo que ficasse mais puro e pudesse conduzir a missão concedida pelo Criador.


Com esses preceitos, Matota inicia a sua seita e, inicialmente, convertia as mulheres, deixando a elas a tarefa de integrar o marido ao grupo. Ele conquistava seus seguidores prometendo a libertação do espírito e reforçando a dor dos castigos divinos lançados sobre os infiéis. A inserção ocorria com um batismo e com a mudança dos nomes dos fiéis, os quais deveriam viver como os apóstolos de Cristo e seguir fielmente as regras impostas por Matota, uma vez que ele dizia conversar diretamente com Deus.


Mesmo depois de se mudar para a Fazenda Havana, Matota se recusava a trabalhar na lavoura. Ele dizia que seu lugar era dentro de casa, orando e lendo trechos da bíblia para Marata e as outras mulheres. Dizia também que cabia a ele castigar os desobedientes e pecadores, principalmente as crianças, pois elas eram muito facilmente influenciadas por Satanás.


Ele afirmava ser o único pregador escolhido por Deus para formar a verdadeira religião e chegou a rasgar a bíblia, dizendo que ela estava toda errada e que, futuramente, ele escreveria a correta, com os verdadeiros ensinamentos. Assim, Matota formou sua comunidade, constituída por 31 pessoas e formada basicamente por duas famílias de trabalhadores da Fazenda Havana.


No dia 17 de março de 1977, sob a alegação de que era “vontade de Deus”, Matota decidiu que eles deveriam se mudar para Salvador. Desse modo, os membros do grupo venderam todos os seus pertences, entregaram o dinheiro para o líder religioso e rumaram com ele para as dunas do Aeroporto, onde se localizava o local no qual Matota e Marata celebraram a sua união e ao qual chamavam de “Monte das Oliveiras”.

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Ali o grupo se fixou e permaneceu em oração até que, na noite de 30 de abril de 1977, liderados por Matota e Marata, os integrantes da comunidade deram seus filhos em sacrifício, sob a alegação de que estariam atendendo a uma ordem divina. As crianças foram entregues pelas mãos de seus pais a Matota, que as lançava ao mar, sem que tivessem a menor possibilidade de sobrevivência.


Sob a alegação de que estavam atendendo à vontade de Deus, 8 crianças, com idades entre 7 meses e 8 anos, foram jogadas no mar. Tudo foi consentido e assistido pelos pais, pois Matota dizia que elas eram "filhas do diabo". Mesmo aqueles que se arrependeram no momento do sacrifício, acabaram ficando calados e permitiram que ele fosse até o final, pois temiam os castigos terríveis que cairiam sobre os infiéis. Após a realização do terrível ato, os seguidores voltaram ao acampamento e foram orientados a não tocarem mais no assunto, como se aquilo nunca tivesse acontecido. Agiam como se estivessem vivendo uma espécie de transe.


O grupo foi descoberto quando os corpos foram encontrados por pescadores na praia de Ipitanga. Após muita investigação e diversos depoimentos, o delegado responsável foi compondo um dos casos mais terríveis da região e que despertou uma enorme comoção popular. Matota e Marata foram julgados e cumpriram pena em um Sanatório Judicial, pois a justiça concluiu que eles possuíam distúrbios psicológicos.


Fonte - Adriana de Paula / Joel Paviotti (Iconografia da História)


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E mais uma vez a "doce mão do Cristianismo" tocou a mente dos ignorantes, liberando monstros religiosos que não possuem escrúpulo algum, para ceifar a vida de inocentes. Antecedendo em três anos a tragédia de Jonestown, este fato só aprova quem realmente propaga o ódio, o medo e o domínio da vida e da morte de crianças.


O verdadeiro satanista se opõem fortemente às crianças que estão envolvidas de alguma forma em atividades religiosas impostas. Também somos contra qualquer tipo de derramamento de sangue (seja humano ou animal) e, de acordo com as estatísticas criminais nenhum satanista real (isento os pseudo-satanistas da internet e "group bands" de metal) se utilizou de sacrifícios humanos para realizar seus intentos. Toda a "demonização" exposta errôneamente provém dos monoteístas, que frequentemente acusam (e sem evidência) os satanistas de praticarem sacrifícios humanos e abuso sexual com menores de forma ritualística - essa tática é usada especificamente para desviar a atenção das vastas evidências de abuso sexual sistemático de menores por congregantes monoteístas e clérigos - é uma projeção psicológica teísta da culpa do abuso infantil sistêmico expresso por meio de relações públicas para culpar os satanistas inocentes pela vitimização sexual de crianças sistematicamente perpetradas por predadores sexuais do clero monoteísta que muitas vezes evitam a responsabilização por seus abusos ao serem forçados a mudar (por ordem das hierarquias da igreja teísta) para uma paróquia, Estado ou país diferente em que continuam a abusar sexualmente de crianças.



 
 
 

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✠In Nomine Dei Nostri Satanas Luciferi Excelsi✠

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